Foto G. Trucchi | Opera Mundi |
Xiomara Castro promete protagonismo da mulher e pacto nacional para governar caso seja eleita em 24 de novembro
Por Giorgio Trucchi | Opera Mundi
Em um encontro de mulheres no partido Libre (Liberdade e Refundação), provenientes de todo o país, a candidata à Presidência de Honduras Xiomara Castro Zelaya – esposa do ex-presidente Manuel Zelaya, deposto em um golpe de Estado em 2009 –, segue encabeçando as principais pesquisas eleitorais a apenas três semanas da eleição. Em entrevista exclusiva a Opera Mundi, ela comentou os pontos mais significativos de seu programa de governo caso vença em 24 de novembro.
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Em Tegucigalpa, num salão abarrotado de mulheres, cujas expectativas de mudança eram perceptíveis, Castro delineou a essência de sua mensagem através de um chamado para um pacto social entre todos os setores da sociedade hondurenha, que conduza o país à reconciliação definitiva, “porque uma casa dividida não prospera.”
Para que isso seja possível, a ex-primeira-dama disse que é necessário um acordo amplo que permita refundar o país, por meio da instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte e da criação de uma nova Constituição, “para que a nação recupere a institucionalidade gravemente prejudicada por causa do golpe de Estado de 2009”, e reforme um sistema que só gera insegurança, pobreza e mais militarização.
Opera Mundi: Quais são os passos imediatos que seu governo dará se ganhar as eleições de 24 de novembro?
Xiomara Castro: Nosso compromisso é estabelecer um pacto social com todos os setores da sociedade hondurenha, que deve nos levar a uma Assembleia Nacional Constituinte e a uma nova Constituição, como mecanismos para criar novas bases para uma democracia sólida e participativa, que se proponha a resolver os problemas que existem no nosso país. Vamos refundar nossa pátria.
OM: Vão encontrar uma sociedade totalmente militarizada e com Forças Armadas que voltaram a tomar as ruas...
XC: Temos dito claramente que é necessário desmilitarizar a sociedade. Nesse sentido, temos uma proposta clara, que é organizar as comunidades para que, junto com o Estado e com nova Polícia Comunitária, possam oferecer a segurança dos cidadãos.
Somos absolutamente contra essa nova Polícia Militar e a militarização da segurança pública. Não apenas não deu resultados, mas Honduras se transformou no país mais violento do mundo, onde 24 mil pessoas foram assassinadas nos últimos quatro anos. Além disso, desde 2010, passa por nosso território quase 90% da droga que vai para os Estados Unidos. Tudo isso demonstra que a estratégia que adotaram está errada e nós oferecemos justamente uma mudança de estratégia.
OM: Como conseguir que se realizem todas as reformas profundas que o partido Libre propõe, quando, em todas as pesquisas, nenhum partido terá maioria absoluta no Congresso?
XC: A única forma é com o pacto social. Creio que já tocamos o fundo do poço e estou certa de que ninguém espera que Honduras possa ser diferente se continuamos fazendo as coisas iguais. Nós sabemos exatamente como abordar cada um dos temas e os problemas que nos afligem, e vamos conduzir esse processo.
OM: A senhora acredita que irá conseguir convencer até aqueles setores do poder político e econômico que promoveram e apoiaram o golpe?
XC: Sim, porque eles também são afetados pelo que estamos vivendo. Esses quatro anos significaram um momento de profunda reflexão e conscientização para o povo hondurenho. Agora devemos dar um passo adiante e atender as múltiplas necessidades que existem, e somente vamos poder fazer isso com um pacto social.
Por muitos anos, anos demais, temos vivido com os olhos vendados, acreditando que a solução era a alternância de dois partidos no poder. O golpe de Estado nos sacudiu e despertou e hoje existe uma consciência clara e definitiva. Chegou o momento de sermos livres em Honduras, de quebrar as cadeias, de promover, entre todos e todas, uma verdadeira refundação da nossa pátria.
OM: Tudo passa, então por uma verdadeira reconciliação?
XC: Sem uma reconciliação definitiva, nenhum esforço que se faça vai prosperar, e não acredito que em Honduras exista uma pessoa que se oponha a isso. É um ponto que nos une e nos impulsiona a iniciar um processo de diálogo e de construção de uma nova pátria. Nós demos o primeiro passo. Visitamos todos os setores e vamos continuar tentando construir a unidade, até conseguir a reconciliação de todo o povo.
OM: Sendo eleita, qual será o papel da mulher nesse novo governo?
XC: Eu tenho sido clara: no meu governo os direitos da mulher serão respeitados, e todas as nossas ações serão dirigidas a atender esse setor, especialmente as mulheres e famílias do campo.
Para que isso seja possível, a ex-primeira-dama disse que é necessário um acordo amplo que permita refundar o país, por meio da instalação de uma Assembleia Nacional Constituinte e da criação de uma nova Constituição, “para que a nação recupere a institucionalidade gravemente prejudicada por causa do golpe de Estado de 2009”, e reforme um sistema que só gera insegurança, pobreza e mais militarização.
Opera Mundi: Quais são os passos imediatos que seu governo dará se ganhar as eleições de 24 de novembro?
Xiomara Castro: Nosso compromisso é estabelecer um pacto social com todos os setores da sociedade hondurenha, que deve nos levar a uma Assembleia Nacional Constituinte e a uma nova Constituição, como mecanismos para criar novas bases para uma democracia sólida e participativa, que se proponha a resolver os problemas que existem no nosso país. Vamos refundar nossa pátria.
OM: Vão encontrar uma sociedade totalmente militarizada e com Forças Armadas que voltaram a tomar as ruas...
XC: Temos dito claramente que é necessário desmilitarizar a sociedade. Nesse sentido, temos uma proposta clara, que é organizar as comunidades para que, junto com o Estado e com nova Polícia Comunitária, possam oferecer a segurança dos cidadãos.
Somos absolutamente contra essa nova Polícia Militar e a militarização da segurança pública. Não apenas não deu resultados, mas Honduras se transformou no país mais violento do mundo, onde 24 mil pessoas foram assassinadas nos últimos quatro anos. Além disso, desde 2010, passa por nosso território quase 90% da droga que vai para os Estados Unidos. Tudo isso demonstra que a estratégia que adotaram está errada e nós oferecemos justamente uma mudança de estratégia.
OM: Como conseguir que se realizem todas as reformas profundas que o partido Libre propõe, quando, em todas as pesquisas, nenhum partido terá maioria absoluta no Congresso?
XC: A única forma é com o pacto social. Creio que já tocamos o fundo do poço e estou certa de que ninguém espera que Honduras possa ser diferente se continuamos fazendo as coisas iguais. Nós sabemos exatamente como abordar cada um dos temas e os problemas que nos afligem, e vamos conduzir esse processo.
OM: A senhora acredita que irá conseguir convencer até aqueles setores do poder político e econômico que promoveram e apoiaram o golpe?
XC: Sim, porque eles também são afetados pelo que estamos vivendo. Esses quatro anos significaram um momento de profunda reflexão e conscientização para o povo hondurenho. Agora devemos dar um passo adiante e atender as múltiplas necessidades que existem, e somente vamos poder fazer isso com um pacto social.
Por muitos anos, anos demais, temos vivido com os olhos vendados, acreditando que a solução era a alternância de dois partidos no poder. O golpe de Estado nos sacudiu e despertou e hoje existe uma consciência clara e definitiva. Chegou o momento de sermos livres em Honduras, de quebrar as cadeias, de promover, entre todos e todas, uma verdadeira refundação da nossa pátria.
OM: Tudo passa, então por uma verdadeira reconciliação?
XC: Sem uma reconciliação definitiva, nenhum esforço que se faça vai prosperar, e não acredito que em Honduras exista uma pessoa que se oponha a isso. É um ponto que nos une e nos impulsiona a iniciar um processo de diálogo e de construção de uma nova pátria. Nós demos o primeiro passo. Visitamos todos os setores e vamos continuar tentando construir a unidade, até conseguir a reconciliação de todo o povo.
OM: Sendo eleita, qual será o papel da mulher nesse novo governo?
XC: Eu tenho sido clara: no meu governo os direitos da mulher serão respeitados, e todas as nossas ações serão dirigidas a atender esse setor, especialmente as mulheres e famílias do campo.
Fuente original: Opera Mundi
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